Equipamento para Cura Sob Pressão e Aquecimento de Misturas Cimentícias de Ultra-Alto Desempenho
Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) desenvolveram um equipamento inovador para o processamento de misturas cimentícias de ultra-alto desempenho (MCUAD) por meio de cura simultânea com aplicação de pressão e aquecimento infravermelho, diretamente sobre o concreto ainda em estado fresco. Essa solução representa um avanço tecnológico significativo para a indústria da construção civil, ao proporcionar aumento expressivo da resistência mecânica em menor tempo.
O equipamento combina dois mecanismos principais: sistema de compactação, que aplica pressão contínua ao concreto fresco por meio de um braço de alavanca articulado, operando com multiplicação mecânica de carga (até 4,5 vezes) usando pesos e polias, e sistema de cura térmica, que utiliza aquecimento por lâmpadas halógenas (radiação infravermelha), controladas por software e sensores de temperatura (termopares), promovendo o endurecimento acelerado das misturas. O processo é realizado com o concreto ainda no molde, permitindo a expulsão do excesso de água e o aumento da densidade e resistência da peça produzida.
Misturas cimentícias de ultra-alto desempenho são utilizadas em aplicações que demandam elevada resistência mecânica, durabilidade e desempenho técnico. No entanto, processos convencionais de cura (como à vapor ou autoclave) apresentam altos custos de infraestrutura, baixa eficiência térmica e limitações para uso em escala reduzida ou descentralizada. Este equipamento elimina a necessidade de autoclaves ou prensas hidráulicas complexas, oferecendo uma alternativa prática, escalável e energeticamente eficiente, aplicável em pré-fabricados, laboratórios de materiais ou canteiros de obras especializadas.
Sistema híbrido de cura sob pressão + calor, ausente nos equipamentos convencionais, controle preciso da temperatura com software dedicado e sensores integrados, utilização de moldes bipartidos com fenda ajustável para controle da saída de água, estrutura robusta, portátil e de baixo custo de fabricação e operação, além de calibração por curva experimental, permitindo ajuste preciso da pressão desejada. Os testes realizados mostraram que a resistência à compressão foi dobrada em 7 dias (de 75 MPa para 146 MPa) e aumentou em 33% aos 28 dias (de 127 MPa para 160 MPa) com cura a 60 °C e pressão de 10 MPa.
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